Caminho de Santiago: turismo com os próprios pés

Quando ir, como escolher o itinerário e o que levar na mochila

As Nações Unidas escolheram 2017 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento e diversas ações interessantes rolaram. Entre elas, um projeto/fórum que envolveu mais de vinte universidades da Europa, Américas e Ásia chamado ‘O Valor dos Direitos Humanos no Caminho de Santiago: aproveitar o poder do turismo para promover o diálogo intercultural e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável’. 
 
O nome longo já explica tudo. Mas vale dizer que o projeto cujo tema é o Caminho de Santiago reúne instituições como a Universidad Complutense de Madrid (Espanha), a Universidad de Lima (Peru), a University of Cambridge (Reino Unido), a Université Paris 1 Pantheón-Sorbonne (França), a George Washington University (EUA) e a Wakayama University (Japão) para avaliar o turismo nas rotas culturais, intercambiar práticas e reunir conhecimento que pode ser posteriormente aplicado a outras rotas culturais em todo o mundo. E conta com o apoio da Organização Mundial do Turismo (UNTWO).
 
concha Caminho de Santiago
A concha é o símbolo do Caminho de Santiago e está por toda parte
 
Bom lembrar também que 2017 celebrou também o 30º aniversário da Declaração de Santiago de Compostela como primeira rota cultural europeia e que em 2018 comemoramos os sessenta anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ou seja, estamos no momento ideal para reconhecer a importância de um turismo sustentável, responsável e de valores interculturais, bem como dos direitos humanos. E isso tem tudo a ver com uma reflexão em relação a uma das rotas culturais mais famosas do mundo, o sensacional Camino de Santiago.
  
MUITO ALÉM DA RELIGIÃO
   
Gosto de chamar de rota cultural porque, embora muito associada a católicos, seu interesse supera, e muito, ao de uma viagem espiritual. É verdade que boa parte faz (ou diz que faz) por motivos religiosos ou espirituais – pagam promessas, fazem pedidos, buscam respostas ou agradecem bênçãos. Contudo, há pessoas de todas as religiões realizando o Caminho, por mais diversas razões (autoconhecimento, esporte, interesse turístico são apenas algumas delas). Então, aproveito este post (uma atualização de um próprio post meu para o antigo blog As Viajantes) e relembro minha experiência com essa viagem incrível, uma das melhores que já fiz – sem dúvida, a mais diferente.
  
Caminho de Santiago
Peregrinos do Caminho de Santiago
 
Chegar a um lugar a pé ou de bicicleta (formas mais comuns de realizá-lo) são experiências únicas, que nos dão uma perspectiva completamente distinta de um destino. É uma emoção conquistar cada etapa, chegar por portas diferentes (nada de rodoviária, estação de trem, aeroporto), ou seja, são impressões originais e inesperadas. Este caminho medieval e místico, de interesse cultural e histórico, mexe com todos os que se propõem percorrê-lo com seus obstáculos e desafios (físicos, emocionais e mentais). Olha, é um perrengue que vale muito a pena. Muito. E quer viagem mais sustentável do que uma que não use meios de transporte emissores de carbono?
  
MAS O QUE É EXATAMENTE? 
 
O Caminho de Santiago (mais conhecido como Camino de Santiago ou Way of St. James) é uma rota de peregrinação, percorrida por viajantes procedentes de diversas partes da Europa, com o fim de chegar à cidade de Santiago de Compostela (que fica na Galícia, noroeste da Espanha). Lá,  supostamente estão os restos mortais do apóstolo Tiago. O Caminho contabiliza mais de 1000 anos de idade e fica especialmente cheio nos chamados Anos Santos ou Anos Xacobeos/Jacobeos, ou seja, quando o dia do santo (25 de julho) cai em um domingo.
 
Existe uma infinidade de sites com informações, além de aplicativos, para ajudar na sua viagem. Este aqui reúne as associações de Amigos do Caminho de Santiago na Espanha e é um dos mais confiáveis. Mas o Brasil também tem sua associação, caso prefira informação em português. Quando fiz, não usei aplicativo, e sim informações valiosas do site do Eroski Consumer (por incrível que pareça, uma rede de mercados), que era absolutamente maravilhoso e funcionou lindamente. Hoje, eles têm um app compatível com Android e iPhone para facilitar. Outras opções de aplicativos são o miCamino (Android), eCamino (Android, Windows e iPhone), que é bem lindinho no design, Caminho de Santiago (iPhone), em português, e o Camino de Santiago Guide v2.0 (Android), entre várias.
 
ONDE COMEÇA?
 
Tudo depende de você e dos dias que você tem para fazer a peregrinação. Pode começar planejando por esse critério. Há várias rotas e há quem comece a sua em países tão distantes da Espanha quanto Rússia, Polônia ou Bulgária. Dentro da Península Ibérica, existem alguns caminhos marcados. Listo abaixo os mais conhecidos.
 
As conchas são o símbolo do Caminho de Santiago e estão até na grade do Mosteiro de Samos
 
Caminho Francês – 775 km. É o mais popular de todos. Começa na França, em Saint Jean Pied de Port, e cruza toda a Espanha. É o caminho com mais alojamentos, serviços e, consequentemente, mais peregrinos.
  
Caminho Primitivo – 252 km. Trata-se do primeiro caminho conhecido. Sai de Oviedo (norte da Espanha) e encontra o Francês na cidade de Palas de Rei. Foi por esta rota que o rei Afonso II, o Casto, o primeiro peregrino do Caminho, chegou à então recém descoberta tumba do apóstolo no século IX.
 
Caminho do Norte – 814 km. Começa em Irún, no País Basco, e encontra o Caminho Francês na cidade de Arzúa. Uma rota muito antiga, percorrida pelos reis da Idade Média, e que passa muito perto do litoral norte da Espanha. Nele, há poucos alojamentos públicos, mas não faltam albergues privados.
 
Caminho Português – Essencialmente, esta rota começa na fronteira da Espanha com Portugal, mas seu trajeto varia. Pode começar no Faro ou em Lisboa e sua extensão mínima é de 114 km.
 
Epílogo a Fisterra – Os que chegam a Santiago e querem ver o fim do mundo (Finisterre, em latim) percorrem os 90 km que ligam as duas cidades. Ao chegar ao litoral, os peregrinos tradicionalmente queimam uma  peça da roupa (ou todas) usada na peregrinação.
 
A Vía de la Plata (que sai de Sevilha e é a maior rota de todas) e os caminhos Aragonés, Basco e Sanabrés são outras opções dentro da Península Ibérica, que se encontram com alguns dos caminhos acima.
 
CERTIFICADO DAS FÉRIAS
 
Para conseguir a chamada Compostela (espécie de diploma que ganha o peregrino) é preciso percorrer a pé ou a cavalo ou últimos 100 km ou de bicicleta os últimos 200 km até Santiago. Como provar que você percorreu tantos quilômetros? É preciso pegar uma Credencial de Peregrino, que pode ser conseguida nas Associações de Amigos do Caminho de Santiago (que existem em cidades grandes como Madri, Barcelona ou Santander) ou na cidade que servirá de partida (você pega na hora em um dos albergues ou restaurantes credenciados) ou mesmo no Brasil.
 
Credenciais carimbadas ao longo do Caminho de Santiago
 
Ao longo da peregrinação, é necessário selar com carimbos os espaços da credencial, marcando os lugares por onde o peregrino passa. Igrejas, prefeituras, cafeterias, restaurantes, albergues e hotéis são alguns dos lugares onde se pode conseguir um selo. O ideal é selar pelo menos duas vezes ao dia (eu selava na cidade onde eu tomava café-da-manhã e depois na cidade onde eu pernoitava, por exemplo), principalmente na Galícia, onde alguns peregrinos trapaceiam e pegam táxis ou ônibus para pular etapas. A Compostela só é concedida por motivos religiosos. Se a razão for outra, o peregrino ganha um certificado de que completou o Caminho.
 
QUANDO IR?
 
Se você não tem experiência em travessias ou escaladas na neve, pode ser perigoso fazer no inverno. O caminho é  complicado para um amador na época fria, principalmente se você escolher as rotas que passam pelos Pirineus. Além disso, no inverno, muitos albergues estão fechados e o tempo não ajuda muito (chuva, neve).
 
Enfim, inverno é complicado para amadores. O ideal é fazê-lo na primavera ou no início do outono. Muita gente percorre a rota no verão (estação preferida pelos mais jovens), mas as altas temperaturas também derrubam o entusiasmo. Em agosto e julho os albergues sofrem de overbooking, de modo que maio, junho e setembro são os meses mais agradáveis.
 
ONDE FICAR?
 
Existem várias opções, de hotéis a hospedagem familiar. As mais comuns são os albergues municipais (que cobram menos de 10 euros, em média, para pernoitar) – os preferidos pelos peregrinos mais roots. Mas também é comum encontrar os albergues privados (um pouco mais caros, chegando a 10 euros) e albergues e alojamentos que funcionam por doação (você paga o que quiser). Não é possível reservar lugar com antecedência nesses tipos de alojamento, que normalmente abrem ao meio-dia ou 13h e vão ocupando suas camas por ordem de chegada. Ou seja, quem começou a andar antes tem mais chances de garantir uma cama. “Antes” pode significar começar a andar a partir de 5h30 ou 6h da manhã. Nos albergues públicos, você deve deixar a cama livre no máximo às 8h, podendo ser expulso caso se recuse.
 
Albergue municipal no Caminho de Santiago: pouco conforto, mas preço convidativo
 
Corro o risco de ficar sem teto? Talvez, depende de várias coisas. Da hora em que você chegará, do número de albergues que há na cidade onde você quer pernoitar ou da época do ano (no verão é sempre mais cheio e no inverno alguns fecham as portas). Eu fui quase no verão, em Ano Xacobeo (aquele mais concorrido), e não fiquei sem teto nenhum dia. Mas começava a andar muito cedo (o dia em que saí mais tarde foi às 6h40) para chegar meio-dia ou 13h.
 
Nas cidades chamadas de cabeças de etapas, normalmente há várias opções de hotéis e hostais, em último caso. Aí o preço é de hospedagem normal. E, se você curtir e tiver disposição de carregar equipamento, também há a possibilidade de acampar (confira se há espaços especiais na cidade escolhida).
 
Se sua ideia é fazer o caminho com um grupo grande, a ‘etiqueta’ peregrina aconselha reservar alojamento especial (em hotéis ou hostais). Os ciclistas também são um caso à parte. Nos albergues privados isso não acontece tanto, mas nos municipais geralmente os ciclistas só podem entrar a partir das 19h (quando quase nunca há vagas). A prioridade é para os que vão a pé porque um ciclista pode chegar mais rápido a outra cidade no caso de superlotação.
 
Os albergues municipais lembram os hostels de sempre, só que com mais gente e com menos serviços. Cheguei a dormir em um quarto com mais de 30 camas, todas ocupadas. É legal procurar os que tenham lavadora e secadora (normalmente cobradas à parte), que são fundamentais nos dias de chuva, quando a roupa lavada não seca. Alguns também têm internet e todos onde fiquei tinham água quente.
 
O QUE LEVAR?
 
“O mínimo possível”, é o que todos dizem. Minha mochila começou com três quilos e terminou com 4,5 kg. Muita gente começa com 5 ou 7 kg. Fui muito sintética e paguei por isso (tive que comprar coisas ao longo do Caminho). A boa notícia é que quase tudo que você esqueceu ou não quis levar pode ser encontrado nas cidades onde você para (principalmente as do Caminho Francês).
 
Botas e tênis estacionados na porta do quarto
 
Nos pés- O calçado é a parte mais importante. O ideal é levar um bom tênis e uma boa bota impermeável e alternar os dois. Os tênis ajudam a evitar bolhas, já que deixam os pés respirarem, mas as botas são fundamentais para os trechos com barro e para os dias de chuva (o normal é pegar chuva em alguma parte), além de protegerem os tornozelos de torções. Não deixe para comprar os calçados em cima da hora. É muito importante amaciá-los, se possível treinar com eles. Também é indispensável um chinelinho para tomar banho (alguns albergues não são um modelo de limpeza) e para descansar os pés. Não leve outro tipo de calçado. Você não vai badalar à noite nessa viagem.
 
No corpo- Poucas mudas de roupa. Eu levei três camisetas, duas calças, três calcinhas, três pares de meias e um biquíni. Lembre-se que você vai lavar roupa todos os dias. Se quiser aumentar isso, leve mais meias, outro detalhe fundamental. Eu recomendo usar umas especiais para longas travessias. A marca Quechua vende umas ótimas.
 
Acessórios – Capa de chuva é absolutamente obrigatória. Ela deve proteger o corpo inteiro e a mochila (estilo poncho). Você também pode comprar uma no estilo sobretudo para você e uma só para a mochila, com elástico. Uma toalha pequena é suficiente. Se seu cabelo é curto, pode ser até uma de rosto. Se for daquelas de alto poder de secagem, melhor. O saco de dormir é uma ótima também, mesmo dentro dos albergues. Todos pelos que passei (públicos e privados) tinham lençóis descartáveis, mas nem todos tinham manta, e todos os peregrinos colocavam o saco em cima das camas. Ele pode ser útil também no caso do albergue não ter lugar e oferecer um espaço no chão (por isso muita gente leva uma esteirinha também).  O bastão foi muito importante para ajudar a manter meu equilíbrio em trechos enlameados e escorregadios (vários lembram um trekking), além de ajudar a distribuir o peso. O meu esportivo durou só cinco dias (quebrou no meio) e acabei comprando no caminho um cajado de madeira, que resistiu bravamente.
 
Outros objetos – Óculos escuros, pinça, tesourinha, agulha (para estourar as bolhas), alfinetes (para pendurar peças que não secaram do lado de fora da mochila), lixa de unha e pente. Shampoo e condicionador em embalagens pequenas. Para deixar a mochila organizada, coloque as coisas em sacos plásticos de cores diferentes, o que também protege seus objetos da chuva.
O cajado de madeira resistiu mais que o bastão de trekking
 
Farmacinha – Antiinflamatório, antitérmico, analgésicos, vaselina (um truque valioso para evitar bolhas nos pés), gelol, ataduras elásticas (ajudam a desinchar partes do corpo que sofrem desgaste e imobilizam em caso de torções), remédios para enjoo e diarreia, gaze, esparadrapo, álcool em gel e band-aid. As bolhas podem ser tratadas com os adesivos Compeed, que são fantásticos também para calos. Protetor solar e tampões de ouvido (a sinfonia de roncos nos albergues é braba) também são fundamentais. Há muitas farmácias no Caminho, mas você pode passar quilômetros sem ver uma, por isso, leve seu kit básico. Também é uma boa ter sempre um pouco de papel higiênico.
 
Dinheiro – Apesar do clima de segurança, recomenda-se não levar todo o seu dinheiro em cash. A maioria das cidades tem caixa eletrônico para sacar e muitos restaurantes aceitam cartão de crédito. Mas leve sempre algum dinheiro porque você pode acabar em alguma aldeia remota. Só para se ter uma ideia, um peregrino gasta em média 30 euros por dia, se sua hospedagem for em albergue municipal, incluindo as refeições. O que a maioria faz é almoçar um menu de peregrino (com dois pratos, bebida, pão e sobremesa), que ronda os 10 euros, e lanchar à noite.
 
Preciso de um guia? Use os apps e sites. Além disso, Caminho é todo sinalizado com setas amarelas, placas, conchas ou mojones (espécie de totem de pedras). Claro, há uma oferta incrível de guias de papel do Caminho, inclusive livros específicos para as rotas descritas acima. Mas, acredite, qualquer peso conta nas suas costas depois de andar vinte quilômetros vários dias seguidos. No máximo, leve os trechos impressos em pdf e vá jogando fora os papéis.
 
O QUE COMER?
 
O Caminho não deve ser encarado com um spa. É preciso comer muito e comer bem, já que o esforço é grande. Massas, frutas, barrinhas, frutos secos, derivados lácteos e chocolate são alguns dos itens principais na sua dieta peregrina, sem esquecer a proteína. Nem preciso lembrar que a água deve estar sempre à mão. O recomendado é beber água (que pode ser alternada com algum isotônico) e comer alguma coisinha leve de hora em hora ou a cada uma hora e meia durante a caminhada. Comer também afasta o frio.
Queijo (ou queixo, em galego) de Arzúa: parada obrigatória para prová-lo
 
Nos momentos de descanso, é possível degustar a culinária típica de cada região. Na Galícia, por exemplo, são imperdíveis o caldo galego, o polvo com batatas e páprica (polbo á feira) ou a torta de Santiago. Os queijos e doces típicos também são uma perdição, assim como os vinhos (o galego albariño, um branco frutado, é delicioso). Procure beber álcool com moderação. Dificilmente você verá um peregrino de porre.
 
MAS SERÁ QUE EU CONSIGO?
 
Se você ainda está duvidando se é capaz de fazê-lo, aqui vai um incentivo: eu nunca fui atleta. Sabe aquela que sempre sobrava na hora de escolher o time na Educação Física? Era eu. Meus pais e meu marido, as pessoas que me conhecem melhor na vida, achavam que eu nunca conseguiria. Meus exercícios são yoga, pilates e balé, mas eu estava super sedentária na época em que fiz o Caminho. E mesmo assim consegui sem nenhum problema (sem bolhas!).
 
Mas não saí caminhando sem me preparar. É muito importante treinar e treinar o máximo possível (quanto antes melhor). Eu treinava sobretudo as subidas, já que este é meu ponto fraco. E não vale só no fim de semana, não. Tente, pouco a pouco, ir aumentando os quilômetros e mantenha um ritmo de treinamento constante. Para quem está acostumado a correr e acha que com isso tirará de letra, é preciso levar em conta que não só a resistência deve ser exercitada. Andar mexe com outros músculos e estes têm que ser fortalecidos também.
 
Se você tem algum problema de saúde, não deixe de consultar seu médico,  explicando com detalhes o desafio. E, claro, estabeleça uma meta que possa cumprir. Se não se sentir seguro para andar os 800 km do Caminho Francês em um mês, por exemplo, reduza o itinerário. É muito comum ter que parar antes do previsto em uma etapa, por isso vale a pena ir com uns dias a mais de garantia.
Pontes e bosques: recompensas ao longo da viagem
 
A maioria das pessoas caminha só de manhã e tira o resto do dia para almoçar, conhecer as cidades e descansar (você verá gente indo dormir às 20h). Mas há quem passe o dia inteiro na estrada (como os ciclistas), parando para almoçar. Acho que para os que vão a pé isso só é uma boa no caso de querer adiantar uma etapa, até porque chegar à tarde aos albergues é um risco (quase todo mundo chega cedo). A peregrinação não é uma competição esportiva e também deve ter momentos de ócio e descanso.
 
COMPORTAMENTO
 
Seja qual for o seu motivo, lembre-se que muita gente está fazendo a peregrinação por razões emocionais e/ou espirituais. Ser discreto e silencioso nos albergues é parte da viagem. O peregrino também é prestativo e ajuda os que estão com algum problema. Claro que não há só santos nos albergues (pode apostar que você vai topar com gente sem noção, chata e egoísta), mas o espírito predominante é de cooperação e respeito.
 
Interagir e conhecer gente são algumas das melhores experiências da viagem e muitas vezes uma simples conversa pode mudar seu jeito de pensar (é inevitável conhecer gente com histórias incríveis de vida e superação) ou até o seu caminho (as dicas dos peregrinos veteranos podem ajudar muito). E não deixe de desejar (pois você vai ouvir muito e em todos os idiomas) a frase que resume o espírito da aventura e a que eu desejo para você: Bom caminho!
 
 
Escala de sustainatripity: 10 – conseguiu unir ações ambientais, sociais e econômicas, fechando os três pilares da sustentabilidade.
 
Por que vale a pena? Porque são paisagens maravilhosas, que você não conheceria se chegasse de trem ou carro; porque a troca cultural com os peregrinos é inestimável; porque a sensação de plenitude ao terminar é inesquecível.
 
Vai agradar a quem? A qualquer pessoa que goste de desafios; a religiosos e espiritualizados; a atletas; a viajantes que amem cultura e história; a quem quer ter muitas histórias para ouvir e contar.