Já fazia um tempo em que eu não ia a Madri, cidade que amo e onde morei por três anos. Sempre que volto lá, ela me parece mais cool e sustentável que antes, principalmente no quesito alimentação. Desta vez, tudo o que eu queria era encontrar um restaurante saudável, mas com charme.
Foi na capital espanhola onde aprendi a separar o lixo de casa (antes, não havia morado em prédios com essa prática) e a evitar sacolas plásticas no mercado. Atitudes que, hoje, felizmente, estão bastante disseminadas aqui pelo Brasil também.
Chegando lá, fui logo indagar minha amiga Rita, portuguesa residente de Madri há dez anos (e uma das minhas consultoras de assuntos como maternidade e sustentabilidade na cidade), sobre o que havia de bom para experimentar. Ela não demorou muito em me falar do Honest Greens.
PRODUTOS LOCAIS E ‘HONEST’ PREÇOS
“Tito pode comer um frango orgânico lá, com acompanhamentos saudáveis, por menos de dez euros“, ela me disse, pensando já como mãe. Afinal, quem viaja com filho pequeno, como eu, sabe a aflição que pode se tornar a hora de refeição. O que ele vai comer? Será que vai gostar da comida local? Que horário é melhor para ir? (e por aí vai).
O Honest Greens tem quatro endereços em Madri e rumamos para o da Calle Hortaleza, já que estávamos pelo centro. Que delícia de lugar! A proposta deles é “Coma bem, sinta-se bem e faça o bem”. Ou seja, integrar sabor, qualidade, sustentabilidade e boas práticas.
Os pratos mudam de ingredientes de acordo com a estação do ano, sem itens processados, conservantes nem açúcar refinado. Os alimentos vêm de produtores próximos (de Miraflores de la Sierra, a 60 km ao norte de Madri), reduzindo a distância percorrida (menos CO2) e incentivando a economia local.
OPÇÕES VEGANAS E PALEO
Diferentemente da maioria dos restaurantes que eu indico aqui, o Honest Greens não é vegetariano. Mas, conta com diversas opções de refeições sem proteína animal em seu menu. Pratos sem glúten, veganos e que seguem as dietas plant-based e paleo também estão na lista.
O cardápio bolado pelo chef Benjamín Bensoussan é feito de combinações. Minha sugestão é optar por uma proteína e um bowl de salada ou guarnição.
Digo isso porque, exceto em caso de muita fome, aconselho não se empolgar com os preços individuais baixos e ordenar muita coisa. É tudo bem servido e você vai acabar enchendo muito o prato e pagando mais do que esperava.
ABACATE, AÇAÍ, HOMMUS
Escolhemos o recomendado frango orgânico (de granja), tofu com molho de côco e coentro (divino) e tataki de atum como proteínas. Foram respectivamente acompanhadas por legumes grelhados, hommus + abacate e batata no alioli com limão. A vibe é essa mesma de comida do mundo e vale muito “misturar os países” no prato.
Aliás, você verá várias opções com abacate (novo queridinho dos menus hypes do mundo). Nosso estimado açaí também está bem representado no atual cardápio de outono.
Para beber, recomendo pegar o refil das águas aromatizadas (2,5 euros) e provar ao menos duas – são muuito gostosas. Até porque os sucos são meio carinhos para quem ganha em real (cerca de 5 euros). E a cerveja é só a Mahou – aí temos um ponto fraco, já que o local combinaria bastante com cerveja artesanal.
Como a filial de Hortaleza é espaçosa, muita gente fica lá horas usando o wi-fi e tomando café (não provamos, mas o menu tem uma variedade OK e o que vimos tinha uma cara boa). Porém, evite fazer isso na hora de pico de almoço (14h-16h) porque o Honest fica bem cheio e com fila.