Parque Nacional do Serengeti ganha hotel 100% sustentável

Localizado na Tanzânia, o lodge pertence a uma grande cadeia espanhola

Pôr do sol Serengeti

A cadeia espanhola Meliá acaba de abrir um hotel em pleno Parque Nacional do Serengeti, na Tanzânia, anunciado como “100% sustentável”. Embora seja um alojamento de alto luxo (segmento que, muitas vezes, não “conversa” muito com a sustentabilidade), o espaço foi projetado para preservar e proteger seu entorno, com instalações que geram sua própria energia (aproximadamente metade da necessária para o hotel funcionar) e de design inteligente – aproveitando, por exemplo, a refrigeração natural dos quartos.

Área comum do Meliá Serengeti Lodge

O Parque Nacional do Serengeti  tem uma área de 40.000 quilômetros quadrados e fica na região do ecossistema Serengeti (ou Serengueti), ocupando o norte da Tanzânia e oeste do Quênia. O Serengeti é conhecido por ser o território da Grande Migração, a maior migração de mamíferos do planeta, que atrai turistas do mundo todo.

Há cerca de 70 espécies de grandes mamíferos e 500 aves na região, que abriga florestas, pântanos, savanas, bosques e kopjes (montes de declive acentuados). Gnus, zebras, gazelas, chitas, leões, leopardos, búfalos, elefantes, crocodilos e chacais são alguns dos animais que habitam o Serengeti. Também é o lar dos massai, nômades que se distribuem pela Tanzânia e pelo Quênia. O nome serengeti vem de serengit, que na língua deles significa “planícies intermináveis”.

elefantes no Serengeti
Elefantes do Serengeti (Foto: Safari Holidays)

COMPOSTAGEM E PRODUTOS LOCAIS

Existem diversos hotéis e lodges na região do Parque, sem contar os acampamentos, e o Meliá Serengeti Lodge escolheu o lado oeste para se instalar. Mais especificamente no vale do rio Mbalageti, relativamente próximo ao Lago Vitória. Está a 33 quilômetros do aeroporto de Serorena, que fica dentro do Parque, e a 335 quilômetros de Arusha, cidade fora do Serengeti onde desembarca grande parte dos turistas que querem fazer safári (ou subir o Kilimanjaro). Os quartos têm inspiração na cultura massai e colonial.

mapa Serengeti
Mapa do Serengeti com algumas acomodações (Imagem do Visit Tanzania Safaris)

A preocupação do hotel com seu lixo deu origem a uma usina de compostagem, que transforma os resíduos orgânicos em adubo, doado a agricultores locais. O lodge também também produz água potável, para diminuir o número de garrafas de plástico e o impacto causado pelo transporte delas. Além disso, também recicla papel e tritura o plástico para diminuir o volume a ser transportado.

Quarto do Meliá Serengeti
Quarto do Meliá Serengeti (Foto: Meliá)

Na gastronomia, o hotel cinco estrelas conta com dois restaurantes: um de cozinha da Tanzânia e outro que mistura culinária africana, mediterrânea e oriental. Em ambos, a preferência é por preparações com produtos locais e de regiões próximas a Arusha e Manvara. Além disso, oferece oficinas de gastronomia do país aos hóspedes, como forma de aproximá-los da cultura do lugar.

MARCAS AFRICANAS E PARTICIPAÇÃO MASSAI

Os produtos de banho disponíveis no quarto são da marca sul-africana Healing Earth, de fabricação animal-friendly e conduta responsável, com embalagens reutilizáveis. O hotel também é abastecido pela ONG Dada Project, de Zanzibar, que emprega mulheres na fabricação de alimentos e cosméticos.

Girafas no Serengeti
Girafas com Parque ao fundo (Foto: Tanzania Travel Triangle)

O hotel contratou funcionários de origem massai (boa parte na parte da segurança), que auxiliaram o projeto desde o início prestando assessoria para assuntos culturais. Além disso, a loja do Meliá vende artesanato e produtos confeccionados pelos massai.

Para saber mais sobre o Serengeti: o site da agência Responsible Travel tem dicas ótimas sobre melhores épocas para visitar a região, dicas de fotografia, como levar as crianças, conduta com os massai, entre outras. Veja aqui. E também: esta matéria do Telegraph  conta com mais informações, igualmente preciosas.

Escala de sustainatripity: 8 – Difícil dar nota dez para um empreendimento de luxo, cujas diárias rondam os R$ 1500, mas o Meliá aparentemente está fazendo o dever de casa direitinho: preocupações ambientais, sociais e econômicas pautaram a iniciativa. Uma das melhores notícias é que o lodge preferiu apostar por produtos locais ou do mesmo continente – o que é sempre bom para evitar longos trajetos poluentes e para movimentar a economia nacional.  

Por que vale a pena? Porque as migrações do Serengeti são consideradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco e porque é possível entrar no clima local mesmo em um cinco estrelas.

Vai agradar a quem? Famílias, grupos de amigos, viajantes que amam luxo, aventureiros, apaixonados por animais, interessados em cultura africana.