O Rio de Janeiro surpreende até mesmo seus moradores mais desbravadores. Talvez você já tenha ouvido falar (ou mesmo visitado) a Ilha da Gigoia, recanto pacato em plena selva de concreto da Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). Talvez até tenha aproveitado esse mesmo passeio e conhecido também a Ilha Primeira, vizinha à Gigoia. Mas, será que já descobriu o Espaço Semear?
Este local multifuncional abre o primeiro post do Especial Ilhas da Barra da Tijuca. Decidi dedicar alguns textos a esses pedaços de terra cercados de água por todos os lados – no caso, água da Lagoa da Tijuca, localizada na Barra, um dos bairros menos amigáveis a pedestres do Rio. Isso porque tais ilhas são cantinhos onde é possível caminhar se desconectando da cidade grande – algo que eu definitivamente preciso fazer de quando em quando.
SÓ PELA ÁGUA
A Lagoa da Tijuca se une a outras da região (como a de Jacarepaguá), formando o complexo lagunar da Barra, que desemboca no mar desse bairro. Para sair da terra firme e/ou se deslocar entre as ilhas, é preciso pegar as chalanas, que custam de um a cinco reais (dependendo da distância do trajeto) por pessoa. Sempre é possível negociar (ainda mais se você estiver em um grupo grande). Veja onde pegá-las no fim do post.
Não é uma lagoa própria para banho. No entanto, as dez ilhas que nela flutuam têm atrativos mil: hostels e pousadas hypadas, bares de jazz, restaurantes aconchegantes e lugares como o Semear (voltemos a ele), que fica na Ilha Primeira, quiçá a mais charmosa de todas.
Ao desembarcar na Primeira, você verá casas lindas, ruas bem cuidadas (afinal, há gente morando nas ilhas) e pouco comércio. A sensação é de estar em um pequeno balneário ou cidade do interior. Encontrar o Semear é fácil – vemos pequenas placas já no cais de chegada.
LIVROS, ROUPAS E CAFÉ
O Semear é um grande convite à convivência. Criado há oito anos pela professora Roberta Ziolli, especializada em sustentabilidade, ele começou como biblioteca, mas rapidamente ganhou um brechó, que mais lembra uma feira de troca, já que, em grande parte das peças, o cliente escolhe o preço que quer pagar. “A ideia é estimular a reflexão e o consumo consciente”, afirma Flávio Runha, um dos “semeadores” e gerente do lugar.
Seu espaço acolhedor também passou a ser utilizado como palco para saraus, cursos e oficinas. Aula de canto, informática, xadrez, arteterapia e inglês são alguns exemplos. Mas, para não moradores, os eventos talvez sejam a programação mais interessante. É o caso da Feira Agroecológica, Orgânica e de Pequenos Produtores, que ocorre dois sábados por mês.
A feira acabou gerando o mercadinho fixo (disponível em qualquer dia da semana), que conta, por exemplo, com cafés e cachaças mineiras; queijos e geleias da serra fluminense; antepasti de shiitake, entre outras delícias. E, como uma coisa leva à outra, o Semear também abriu um pequeno café, onde é possível degustar alguns produtos (com bolinho caseiro).
“As atividades foram surgindo de forma natural, orgânica, baseadas no trabalho colaborativo de todos. Por exemplo, da oficina Pão sem Pressa nasceu a de Corte e Costura”, exemplifica Flávio.
Dá para passar a tarde lá:
COMO PEGAR AS CHALANAS
Então, aqui vão mais detalhes de como chegar lá saindo de outros bairros. Infos gentilmente roubadas do site :-):
De METRÔ (Linha 4): desembarcar na estação Jardim Oceânico, na saída “A”/Lagoa, onde é possível pegar um dos barquinhos que ficam à espera, e pedir ao condutor para ir até a Ilha Primeira. Chegando lá, siga as placas indicando o Semear.
De CARRO: ir até o estacionamento da antiga Ilha dos Pescadores, na Estrada da Barra da Tijuca, n° 795 (entre o Marina Barra Clube e o Golf Clube da Barra, bairro Itanhangá). Ali mesmo há um deck onde os barquinhos ficam à espera de passageiros. Avisar ao condutor que vai ao Semear, na Ilha Primeira.
Também existem locais de estacionamento junto a outros decks de embarque nos barquinhos, como no estacionamento do Shopping Barra Point, onde se caminha até o cais que fica entre o Posto Shell e a Unimed. Outra opção é o deck do Shopping Downtown.