Unesco anuncia treze novos geoparques mundiais

Os espaços naturais se encontram na Tanzânia, Coreia do Sul, Espanha e Canadá, entre outros países

Cachoeira de Ban Gioc - Cao Bang Vietnã

Se você curte turismo de natureza e ciência, atenção: sua lista de destinos sonhados corre o risco de aumentar. A Unesco anunciou para 2018 a classificação de treze novos lugares como Geoparques Mundiais, ou seja, territórios de interesse geológico nos quais exista uma estratégia de desenvolvimento responsável do ponto de vista ambiental e social.

Nas palavras da própria Unesco, consistem em “áreas geográficas unificadas, onde sítios e paisagens de relevância geológica internacional são administrados com base em um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável.”

Monte Omuro - Izu
O Monte Omuro, com seus mais de 4000 anos, é um dos destaques de Izu, novo geoparque do Japão. Foto: Conselho de Turismo de Izu

Atualmente, e já contando com os novos, existem 140 Geoparques Mundiais da Unesco, em 38 países. Eles são determinados em parceria com a União Internacional de Ciências Geológicasempoderam as comunidades locais, fornecendo a elas a oportunidade de desenvolver parcerias. Como o turismo, por exemplo, diante do inegável atrativo desses patrimônios geológicos e humanos.

MAIORIA NA EUROPA E CHINA

Grande parte dos geoparques está na Europa (75, atualmente) e na China (37). No Velho Continente, a nação com mais representantes é a Espanha (doze), seguida da Itália (dez).

O Brasil tem um representante, o Geoparque Araripe, que integra a Floresta Nacional do Araripe-Apodi e ocupa o sul do Ceará, o noroeste de Pernambuco e o leste do Piauí.

fóssil araripe
Fóssil preservado do Cretáceo Superior no Geoparque Araripe. Reprodução Unesco

Nas Américas, apenas nosso país, o México,  Uruguai e o Canadá têm Geoparques Mundiais da Unesco. A nação da mapple leaf já contava com dois (Stonehammer e Tumbler Ridge), aos quais se soma agora o de Percé. Confira abaixo os recém-chegados:

Beaujolais (França)

Famenne-Ardenne (Bélgica, seu primeiro geoparque Unesco)

Percé (Canadá)

Huanggang Dabieshan (China)

Guangwushan Nuoshuihe (China)

Conca de Tremp Montsec (Espanha)

Monte Rinjani (em Lombok, Indonésia, local do recente e trágico terremoto)

Ciletuh-Palabuhanratu (Indonésia)

Península de Izu (Japão)

Região de Mudeungsan (Coréia do Sul)

Cratera de Ngorongoro-Lengai (Tanzânia, seu primeiro geoparque Unesco e segundo da África)

Satun (Tailândia, seu primeiro geoparque Unesco)

Cao Bang (Vietnam)

Veja a lista completa de Geoparques Mundiais da Unesco aqui.

Ko Khai Satun
O Lovers’ Gate, em Ko Khai (Geoparque de Satun, Tailândia): acredita-se que quem passar por ali garante o relacionamento blindado. Foto: Rath Jittatrana/Unesco

DURAÇÃO DETERMINADA

Os Geoparques Mundiais da Unesco existem desde 2001 e, em 2004, foi criada a Rede Mundial de Geoparques. Essas áreas são estabelecidas por meio de um processo que envolve todas as partes interessadas e autoridades locais e regionais, tais como proprietários de terra, grupos comunitários, profissionais de turismo, povos indígenas e organizações locais.

No entanto, não se trata de um título permanente. A designação de Geoparque Mundial da Unesco é concedida por um período de quatro anos. Após esse tempo, o local passa por um processo de revalidação onde são avaliados seu funcionamento e sua qualidade.

Se o geoparque continuar a cumprir os critérios, seguirá com o mesmo status por mais quatro anos (o chamado green card). Se a área não mais cumprir os critérios, o órgão de administração será informado para tomar as medidas adequadas em um período de dois anos (recebe um yellow card). Caso o geoparque não preencha os critérios dentro de dois anos após ter recebido o cartão amarelo, perderá seu status de Geoparque Mundial da Unesco (e leva o red card).