Se você curte turismo de natureza e ciência, atenção: sua lista de destinos sonhados corre o risco de aumentar. A Unesco anunciou para 2018 a classificação de treze novos lugares como Geoparques Mundiais, ou seja, territórios de interesse geológico nos quais exista uma estratégia de desenvolvimento responsável do ponto de vista ambiental e social.
Nas palavras da própria Unesco, consistem em “áreas geográficas unificadas, onde sítios e paisagens de relevância geológica internacional são administrados com base em um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável.”
![Monte Omuro - Izu](https://viagemviva.org/wp-content/uploads/2018/08/Izu.jpg)
Atualmente, e já contando com os novos, existem 140 Geoparques Mundiais da Unesco, em 38 países. Eles são determinados em parceria com a União Internacional de Ciências Geológicas e empoderam as comunidades locais, fornecendo a elas a oportunidade de desenvolver parcerias. Como o turismo, por exemplo, diante do inegável atrativo desses patrimônios geológicos e humanos.
MAIORIA NA EUROPA E CHINA
Grande parte dos geoparques está na Europa (75, atualmente) e na China (37). No Velho Continente, a nação com mais representantes é a Espanha (doze), seguida da Itália (dez).
O Brasil tem um representante, o Geoparque Araripe, que integra a Floresta Nacional do Araripe-Apodi e ocupa o sul do Ceará, o noroeste de Pernambuco e o leste do Piauí.
![fóssil araripe](https://viagemviva.org/wp-content/uploads/2018/08/araripe.jpg)
Nas Américas, apenas nosso país, o México, Uruguai e o Canadá têm Geoparques Mundiais da Unesco. A nação da mapple leaf já contava com dois (Stonehammer e Tumbler Ridge), aos quais se soma agora o de Percé. Confira abaixo os recém-chegados:
Famenne-Ardenne (Bélgica, seu primeiro geoparque Unesco)
Percé (Canadá)
Huanggang Dabieshan (China)
Guangwushan Nuoshuihe (China)
Conca de Tremp Montsec (Espanha)
Monte Rinjani (em Lombok, Indonésia, local do recente e trágico terremoto)
Ciletuh-Palabuhanratu (Indonésia)
Região de Mudeungsan (Coréia do Sul)
Cratera de Ngorongoro-Lengai (Tanzânia, seu primeiro geoparque Unesco e segundo da África)
Satun (Tailândia, seu primeiro geoparque Unesco)
Cao Bang (Vietnam)
Veja a lista completa de Geoparques Mundiais da Unesco aqui.
![Ko Khai Satun](https://viagemviva.org/wp-content/uploads/2018/08/Satun.jpg)
DURAÇÃO DETERMINADA
Os Geoparques Mundiais da Unesco existem desde 2001 e, em 2004, foi criada a Rede Mundial de Geoparques. Essas áreas são estabelecidas por meio de um processo que envolve todas as partes interessadas e autoridades locais e regionais, tais como proprietários de terra, grupos comunitários, profissionais de turismo, povos indígenas e organizações locais.
No entanto, não se trata de um título permanente. A designação de Geoparque Mundial da Unesco é concedida por um período de quatro anos. Após esse tempo, o local passa por um processo de revalidação onde são avaliados seu funcionamento e sua qualidade.
Se o geoparque continuar a cumprir os critérios, seguirá com o mesmo status por mais quatro anos (o chamado green card). Se a área não mais cumprir os critérios, o órgão de administração será informado para tomar as medidas adequadas em um período de dois anos (recebe um yellow card). Caso o geoparque não preencha os critérios dentro de dois anos após ter recebido o cartão amarelo, perderá seu status de Geoparque Mundial da Unesco (e leva o red card).